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  • Foto do escritorEdu Brisa

10 anos é tempo e o tempo é rei.


O Homem-Mega-Fone texto teatral de autoria de Edu Brisa, concebido no Seminário de Dramaturgia do Arena, sob a tutela do Mestre Chico de Assis no ano 2009, ganha agora em 2019 sua primeira Montagem.

Contemplado no EDITAL PROAC Nº 01/2018 – PRODUÇÃO DE ESPETÁCULO INÉDITO E TEMPORADA DE TEATRO;

Estreia em Maio de 2019 na SEDE CTI - Rua Oti, 212 - Vila Ré - ZL de São Paulo.


10 anos é tempo e o tempo é rei.

Temos agora a possibilidade de realizar este trabalho com a contribuição de novos artistas que integram a CTI, como é o caso da direção de Carol Guimaris. Temos no elenco: Cris Camilo, Edu Brisa e Geovane Fermac desde aquela época e os mais novos: Harry de Castro e Gustavo Guimarães além das chegadas dos parceiros que vem abrilhantar este trabalho: Marcos Di Ferreira (Cia. dos Inventivos) e Henrique Cardim (Castelo das artes - São Sebastião -SP). Além de Fernando Alabê (Coletivo Negro) na direção musical, Carlos Simioni na preparação do elenco e o Macalé na identidade gráfica!

Esse é o time que começa esse jogo, no caminho sempre teremos mais e isso é bom.


Este blog é um canal para que possamos compartilhar nossa investigação na criação de O HOMEM-MEGA-FONE. É o nosso caderno de trabalho.


Pra começar, com a palavra Cris Camilo:


Diário de Bordo “O Homem-Mega-Fone”

CTI – Cia Teatro da Investigação – Semana 1

(07, 08 e 09 Fevereiro/2019)

O início de cada trabalho normalmente é marcado por uma ansiedade, inquietação e até mesmo uma certa angústia. Talvez por medo do desconhecido, medo do novo, medo do inesperado. Assim iniciamos o processo de investigação do texto “O Homem-Mega-Fone”.

Escrito em meados de 2009, só agora, depois de uma década, que este texto tão peculiar e atual ensaia sair do papel. De lá pra cá muitos fatos históricos e marcantes sucederam-se dentro da nossa política nacional. Interessante observar que fatos estes encontram se de forma significativa expressa no texto. Um verdadeiro diálogo intemporal.

A primeira semana de processo foi pautada por conhecer e se aprofundar no texto. Uma pesquisa profunda na imagem deste personagem principal: “o megafone”. Que objeto é esse, o que ele significa, que energia ele traz, o que ele representa para cada um desses personagens expressos no texto. Tarefa nada fácil. Foi possível identificar toda uma atmosfera obscura, energias de ganância, inveja e desejo de poder. Tudo isso envolto a uma esperança por mudança, uma luz para uma vida melhor e menos sofrida. Essas e muitas outras questões foram levantadas durante os três primeiros dias de ensaio.

Cada ator, escolheu uma cena e a sua maneira, apresentou a sua percepção sobre o megafone. Para onde esse objeto os remete, para onde ele os direciona, o que ele quer dizer e como isso se relaciona com o todo. Foram usados recursos variados encontrados na sede CTI, prezando sempre pela criatividade e inventividade.

Já na segunda etapa da semana, os atores puderam intercambiar as experimentações com as dos demais, apoderando-se de elementos presentes em uma ou mais cenas e adaptadas para o seu experimento, sempre investigando o megafone.

Na terceira etapa, foi introduzido um novo elemento de pesquisa para o direcionamento do trabalho, o realismo mágico. Como esse universo peculiar pode permear de forma sutil a investigação do espetáculo. O princípio do realismo mágico tem como base mostrar elementos irreais ou estranhos como algo habitual ou sem explicação. De forma coletiva foi experimentado esse universo pensando nas características de cada personagem e na relação com o megafone.

De uma forma geral, a semana foi produtiva, esclarecedora e deu a oportunidade de uma aproximação maior com o universo que ora se pretende trabalhar. Permitiu experimentar possibilidades, criar elementos e avançar um pouquinho nesse universo ainda desconhecido e obscuro.


Diário de Bordo “O Homem-Mega-Fone”

CTI – Cia Teatro da Investigação – Semana 2

(14, 15 e 16 Fevereiro/2019)

Segunda semana de experimento, mais ansiedade, desafio, transpiração, adrenalina. O imaginário começa a se a abrir, espreitar e dar as caras, especular o que está por vir. O intervalo se fez oportunista, permitiu uma reflexão e maturação do processo e abertura de uma brecha para novos mergulhos.

Primeiro momento, inversão, o fim é o ponto de partida. Como dimensionar o todo através do final. Que lugar é esse, quem são esses personagens, o que levou cada um a esse lugar, que força perpetua o estado de cada um. O disparador para isso foi a criação coletiva do espaço cênico, pensando na trajetória dos personagens e das situações até aquele lugar. Improviso. A poesia dessas situações está justamente na liberdade para experimentar e criar, dar forma ao escrito, transpor as inquietações. Nesta cena em especial percebe-se a perpetuação da pirâmide social que ora deveria ter sido invertida e a deterioração das relações humanas.

Segundo momento, proposição e confecção individual dos figurinos pensando numa ferramenta de criação e apropriação dos personagens. Um caminho simbólico para criar uma conexão com o personagem. A ideia é ter como embasamento para criação um figurino fantástico, lembrando o realismo mágico.

Para potencializar a criação artística foi proposto uma vivência, através do qual cada ator teve a oportunidade de voltar para sim mesmo e estabelecer uma conexão com o personagem e o figurino fantástico. Momentos de descobertas, compreensão das influências entre figurino e personagem e o principal, o vislumbre de uma porta para o estado da peça.

Passados os momentos de experimentação, hora de começar a puxar o fio da meada. Hora de se perder para depois se encontrar, hora de experimentar, errar e consertar. Início efetivo do trabalho com o texto, pensando e propondo situações de construção dos personagens. Catalisar todas situações vivenciadas, o figurino fantástico, objetos pessoais que tragam uma construção e o principal, pensar no que esse personagem faz, o que ele quer, onde ele está e para onde ele vai, o que o move. Penetrar a fundo na alma de cada indivíduo, dar forma e estado.

Depois desse acumulado de experiências segue-se mais um momento de reflexão e estudo. Novamente um intervalo. Às vezes o silêncio é o melhor companheiro para a reflexão sobre o caminho a seguir. O cuidado efetivo com o trabalho se faz através das reflexões individuais e coletivas. Vamos seguir, que o caminho é longo e árduo e somos persistentes!



Continuaremos compartilhando semanalmente nossas investigações e esperamos vocês aqui toda semana e a partir de Maio de 2019, lá na SEDE CTI para compartilhar com a gente esse trabalho!


Teatro é sangue e precisa circular!

Está passando na sua rua: O HOMEM-MEGA-FONE!




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